NOSSA PROPOSTA PEDAGÓGICA 

Aprender é um exercício de cidadania

Numa chácara com 3.500 m2 realizamos nosso projeto pedagógico, permitindo à criança um contato com a natureza, estimulamos a aprendizagem do cuidado de si, do outro e do ambiente.

Na prática com nossos alunos, realizamos uma Pedagogia do Afeto, da Solidariedade, da Cidadania. A Escola deve ser um lugar seguro e bom, onde a criança dá os seus primeiros passos no caminho do conhecimento de si mesma, do outro e do mundo.

Construímos nossa proposta inspirados nos eixos da Pedagogia Freinet:

A LIVRE EXPRESSÃO

A COOPERAÇÃO

A AUTONOMIA

O TRABALHO

Uma COOPERAÇÃO viva, necessária ao trabalho, que desenvolve na criança o sentido de grupo, de respeito ao outro através das situações vivas de trabalho. Cooperar significa operar com o outro.

Uma LIVRE EXPRESSÃO que é a expressão de sentimentos e ideias. Expressão que é fruto de uma disciplina pessoal. A criança torna-se capaz de ouvir aos outros e a si mesma. Livre de estereótipos, das fórmulas prontas…

Uma AUTONOMIA aprendida no convívio em grupo. Não usamos a palavra liberdade (já gasta e marcada pelas concepções do “laissez-faire”.) A autonomia é a aprendizagem (que começa pela Heteronomia) de que cada um tem um papel, uma responsabilidade. Autonomia se aprende quando, primeiro podemos ser levados pela mão do professor e aos poucos vamos dando nossos próprios saltos. Este olhar amoroso do professor marcará toda a vida.

E o TRABALHO entendido como realização do ser. É busca de conhecimento como fonte de poder, saber e fazer. É abertura para o outro e para si mesmo. Conhecer-se naquilo que se faz, TRABALHO é criação, é colocar no mundo a sua palavra, a sua produção.

Esses princípios norteadores se concretizam na prática através de uma dinâmica, de uma organização da sala de aula e de uma postura do professor. As situações são ricas e variadas e a cada momento procuramos abrir nossos olhos e ouvidos para as necessidades das crianças, assumindo-as para fins educativos.

Assim, nossa proposta pedagógica é de assumirmos, para fins educativos, as necessidades da criança. Essas necessidades são, em linhas gerais, as seguintes:

  • Exprimir seus sentimentos e idéias. As atividades têm como ponto de partida a expressão livre em todos os seus aspectos: verbal, gestual, plástico, musical, etc. É ela que norteia a utilização de técnicas de trabalho como álbuns, as fitas gravadas, os livros impressos, os jornais, os desenhos, e que permitem à criança realmente se apoderar de seu mundo e relacionar-se com ele de forma integral.
  • Comunicar-se com os outros. Valorizar esta expressão, reproduzi-la para ser mostrada e compartilhada por outros. Criar condições para que o grupo se amplie num contato com um grupo ausente é um trabalho que se concretiza através da correspondência inter-classes ou inter-escolas. A correspondência motiva o trabalho e cria a necessidade de se aperfeiçoar para facilitar a comunicação.
  • Criar, agir, conhecer. É o aprofundamento dos interesses espontâneos manifestados pela expressão livre. A criança apodera-se assim do seu processo de aquisição da cultura. O professor deve estar atento para motivar a continuidade dos projetos respeitando o ritmo individual. Para isso, é necessário que o ambiente da sala de aula seja rico em fonte de documentação, que permita à criança absorver no seu nível as informações que traz do seu meio extra-classe (família, comunidade, televisão, etc.) bem como as questões que surgem a partir das próprias situações de trabalho.
  • Organizar-se. É através da vida da classe, do trabalho cooperativo, do tateio experimental, das relações afetivas que se estabelecem pela vivência individual e conjunta, que podemos favorecer um aprendizado ativo que mobiliza toda a personalidade da criança e lhe permite agir sobre o seu ambiente, organizando-o a seu modo. Reconhecemos que a criança se organiza se os adultos lhe permitem. Essa organização está na base de qualquer aprendizado.
  • Avaliar-se. Essa necessidade é constante na criança que aprende a se conhecer e aos outros, a perceber suas dificuldades e habilidades, ganhando assim a consciência do seu valor e, sobretudo, do valor dos outros. A prática da avaliação no final do dia, das avaliações semanais e das discussões e comentários feitos coletivamente, em que não é só o adulto que introduz o sistema de notas e classificação, é a prática de aprendizagem da avaliação. Nesse contexto a prova é um complemento, um registro a mais sobre o processo que o aluno está vivendo.

“… mas nada será feito se não houver transformação das relações professor-aluno, pois a pedagogia Freinet é uma educação na confiança, que é acompanhada por uma real atitude das crianças de se encarregarem de seu modo de vida e trabalho”.

Assumir para fins educativos as necessidades das crianças significa, então, para nós, que o papel do professor é o de criar um meio educativo em que tais necessidades sejam sentidas e possam ser assumidas e então satisfeitas pelo grupo.

Criar um meio rico onde as relações afetivas se baseiam na cooperação e na autonomia e no qual a curiosidade natural da criança, solidária de sua necessidade de inserção no mundo (natural e cultural), adquire uma eficácia.

Alguns exemplos dos instrumentos, das técnicas, do trabalho: 

  • A RODA DE CONVERSA: Exemplo da livre expressão.
  • O LIVRO DA VIDA: A expressão dos sentimentos, idéias, a história da vida do grupo registrada e partilhada
  • OS ATELIERS: Onde acontece trabalho, aprendizagem, conteúdo.
  • LANCHE COLETIVO