O Totem

Para comemorar os 30 anos da nossa Escola, os alunos fizeram um Totem de comemoração.

Todo o processo foi documentado e pode ser acompanhado aqui

Histórico da Escola Curumim

Em 1978 nascia a Escola Cooperativa Curumim, numa chácara no bairro do Guará, em Barão Geraldo. Um grupo de pais e professores se uniu para criar um espaço educativo saudável e instigante para as suas crianças. Partindo de um questionamento à educação tradicional, propunham uma educação participativa, cooperativa e democrática.

A escolha do nome refletia o projeto de escola nascente: Curumim, uma palavra da língua tupi que significa criança. No projeto enfatizou-se o desenvolvimento de princípios como a cooperação, a autonomia e um modo de vida mais harmonizado e integrado à natureza.

A pesquisa de pedagogias que atendessem a esses princípios levou o grupo de professores daquele período inicial de construção da escola ao encontro com a Pedagogia Freinet.

A organização da escola naquele momento seguia o modelo de uma Cooperativa e tinha dois conselhos que administravam o dia a dia da escola – o Conselho Administrativo (formado por cinco pais e quatro professores) e o Conselho Pedagógico (formado pela equipe de professores). Havia ainda o Conselho Fiscal formado por três pais. Estes conselhos estavam submetidos às decisões tomadas nas Assembleias Gerais. Esta forma de organização levou a muitos problemas e as Assembleias que deveriam ser anuais acabavam sendo convocadas extraordinariamente muitas vezes. O desgaste nas relações entre a equipe de professores e os pais fazia com que a Escola não conseguisse se firmar. Perdia-se muito aluno e tornava-se necessário começar de novo. Esse processo culminou com uma transformação nos Estatutos, passando a serem associados somente aqueles que trabalhavam efetivamente na escola e não mais os pais (que eram os clientes). Esta ruptura teve o apoio de um grupo de pais e no ano de 1983 foi tomada a decisão de fazer a mudança de endereço da escola. Buscamos uma chácara na cidade de Campinas (não mais em Barão Geraldo).

Um novo endereço, renovação da clientela, o desejo de aprender mais sobre a Pedagogia Freinet… Em 1984 nos instalamos numa chácara na Rua Jasmim, bairro periférico de Campinas que, naquela época era bastante tranquilo.

A organização da Escola ainda mantinha sua estrutura de associação, porém agora somente professores e coordenadores atuando efetivamente na escola é que poderiam fazer parte dela. Aquele grupo foi se organizando para administrar a escola cooperativamente. Cada um de nós se encarregava de algum trabalho administrativo. Assim, tínhamos, por exemplo, uma professora cuidando das compras outra responsável pela orientação dos funcionários (faxina, jardim), outra responsável pelo Boletim Informativo (comunicação com os pais) e outras atividades. Já havia também a figura da orientação pedagógica.

As novas professoras que entravam na escola eram contratadas da Associação Educacional de Campinas e ao final de um ano de trabalho na Escola havia uma avaliação e a possibilidade de a pessoa vir a se tornar membro da Associação.

A escola foi crescendo sob o signo da pesquisa pedagógica. Líamos sobre a Pedagogia Freinet, discutíamos, praticávamos as técnicas e avançávamos. Embora agora tivéssemos um grupo mais envolvido com a escola (diferente da participação dos pais que tinham outro tipo de envolvimento com a Escola) muitas dificuldades permaneciam: a questão da formação dos professores na Pedagogia Freinet e o seu envolvimento com esta proposta, a questão financeira já que tínhamos poucos alunos e os salários refletiam este problema e ainda as relações entre membros da Associação (mantenedora) e os contratados, gerando conflitos próprios das relações empregatícias.

Havia ainda outro problema ocasionado por esta forma de organização: a Associação Educacional de Campinas era uma entidade sem fins lucrativos, aquilo que hoje chamamos ONG. Porém isto gerava uma contradição, pois ao mesmo tempo tratava-se de uma escola particular, ou seja, cobrando mensalidade dos alunos. Isto dificultava a obtenção de recursos de tipo filantrópico (escola privada) ou recursos de empréstimos bancários uma vez que os bancos não viam em nosso empreendimento a segurança necessária para pagamento de dívida eventualmente contraída.

Além disso, a chácara onde estávamos instalados (à Rua Jasmim) foi pedida pelo seu proprietário, que tencionava vendê-la para empreendimento imobiliário. Assim, em 1997 iniciamos um processo de fechamento da Associação Educacional de Campinas e abertura da Sociedade Educ., Pesq. E Cultura Escola Moderna que se transformou na atual mantenedora da Escola Curumim. Esta mudança permitiu a entrada de sócios que investiram financeiramente na escola. Embora tenha sido um investimento pequeno, os valores permitiram que alugássemos uma chácara e fizéssemos a mudança de endereço. Começamos o ano letivo de 1998 já no endereço atual. Mudança de endereço e mudança na estrutura organizacional: estas providências foram de extrema importância para garantir a continuidade da escola. Iniciávamos a nova fase aproveitando toda a experiência acumulada no sentido de manter o espírito de cooperação, reafirmar as relações democráticas e de participação ativa de todos, aprendendo também com os erros e construindo relações mais transparentes, definindo melhor o papel de cada um para o melhor crescimento da escola.

Haveria muito mais a dizer sobre toda a história da escola que em 2013 completa 35 anos de existência. Porém, o espaço deste Guia é curto para aprofundar este tema e sugerimos então a leitura da dissertação de mestrado de Gláucia.